Para estudar o tempo de formação da Terra, utilizamos uma escala que se refere a milhões e bilhões de anos, chamada de tempo geológico.
A maior parte dos cientistas que estudam o passado da Terra associa a origem do planeta à teoria do Big Bang (Grande Explosão)
De acordo com essa teoria, há aproximadamente 15 bilhões de anos o Universo era um único ponto muito quente e com muita energia, que por razões ainda pouco conhecidas, explodiu, dando origem a todos os astros.
A Terra, dessa forma, seria resultado do acúmulo de poeira cósmica e de fragmentos gerados pelo Big Bang. Esses materiais se atraíram e se compactaram, formando o planeta em que vivemos. Estudos geológicos indicam que a Terra surgiu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
A Análise de rochas e a descoberta de vestígios muito antigos de animais e vegetais, chamados de fósseis, permitiram compreender as mudanças que ocorreram no planeta e a estudar sua história.
Fósseis provam que o sertão já foi oceano
Ao desenterrar fósseis de animais marinhos, cientistas deixaram de lado qualquer dúvida sobre o fato de que o mar, há milhões de anos, invadiu parte da área que hoje corresponde ao Nordeste do Brasil.
Pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca) desenterraram fósseis de duas espécies de ouriços e comprovaram que o Sertão, sim já foi um imenso mar.
“Se restava alguma dúvida sobre a inundação do oceano no interior do Nordeste, agora isso está enterrado”. Diz o geólogo Alexandre Feitosa Sales. É que os ouriços são animais aquáticos exclusivos de água salgada.
O Atlântico começou a banhar o Nordeste há cerca de 120 milhões de anos. Na região do Araripe, entre o Ceará, Pernambuco e Piauí, os fósseis marinhos foram datados em 110 milhões de anos.
O mar entrou pelo caminho aberto no meio de um antigo continente, chamado Gondwana, que estava se partindo ao meio. A separação deu origem a América e a África, além de criar o Atlântico Sul.
“Durante tempestades o mar depositava os organismos marinhos, que posteriormente eram fossilizados”, descreve Sales, que realizou a pesquisa [...].
Além dos ouriços do mar, a equipe de Sales se deparou com amis cinco tipos de gastrópodes (búzios) e mais de 10 bivalves, moluscos formados por duas conchas.
O levantamento da Urca, realizado em 2005, foi uma das pesquisas apresentadas à Organização das nações Unidas para Educação, Ciências e Cultura (Unesco, sigla em inglês) para transformação da área em um geoparque.
Geoparques são áreas que tem riquezas geológicas e paleontológicas reconhecidas pela Unesco [...].
“Há ainda sapos, tartarugas, crocodilos, escorpiões, aranhas e invertebrados marinhos, como os equinoides”, afirma Sales. ‘’Mas acreditamos que isso é muito pouco, ainda, diante da diversidade da fossilífera que a região guarda.”
Um terço de todos os pterossauros descritos no planeta, tiveram seus fósseis descobertos no local, que abriga mais de 20 ordens de insetos fossilizados com idade entre 70 e 120 milhões de anos.
Os fósseis se concentram na chamada Formação Santana, que se espalha por 250 km de extensão por 50 km de largura. A camada onde os animais e plantas petrificados são achados alcança 200 metros. [...].
A proposta da Urca, que tem o apoio do Governo do Ceará e prefeituras, é fazer do turismo cientifico um instrumento de renda na região.
“no lugar de comprar fósseis, que é uma atividade ilegal, o visitante agora pode contemplar a área e adquirir suvenires”.
1) De acordo com o texto, que descoberta feita por pesquisadores comprova que o Sertão brasileiro já foi um mar?
2) É possível que algum dia a região do sertão volte a ser mar? Justifique sua resposta.
3) Explique a importância de um geoparque em uma região como a do Araripe?
4) Crie uma história em quadrinhos de descreva a formação e o desaparecimento do mar na região do Araripe.
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